O Adeus ao Belas Artes

Um morador ilustre da cidade de São Paulo está de malas prontas para partir. Apareceu por aqui em 1943, trazendo na bagagem uma nova proposta de interação com os habitantes da terra da garoa, e foi o que conseguiu até o dia de seu adeus.

Já foi chamado de “Rits”, “Trianon” até seu ultimo pseudônimo “Belas Artes”, passou por crise econômicas, ditadura, trocas de inúmeros prefeitos, governadores, presidentes, moedas, copas do mundo, olimpíadas, desigualdades, insegurança, confiança, enfim esteve presente na história da cidade paulistana.

Por ele já passaram filmes de todas as gerações e com grande impacto no mundo da sétima arte como: “Cidadão Kaine” (1940), “A Malvada” (1950) “Guerra dos Botões” (1962), “Gritos e Sussurros” (1972), “Apocalypse Now” (1979), “Vestida para matar”(1980), Os Bons Companheiros (1990), Um sonho de liberdade", (1994), "O grande Lebowski", (1998), “Cidade de Deus” (2002), entre inúmeros outros.

Freqüentado por todo tipo de público, com seções que variam de preço para atingir todas as camadas sociais. Seu grande diferencial era o “noitão”, conhecido na cidade por ser uma sessão mensal durante a madrugada em que o público assiste a três filmes na sequência.

O Cine Belas Artes foi responsável por democratização os cinema e até hoje era um dos poucos cinemas independentes de rua da cidade de São Paulo. Localizado na Esquina da Paulista e da Consolação eles foi responsável por muitas histórias, risos, cafés, iologias dessa metrópole que cada vez menos respeita a sua história. É como perder um parente querido, mas o jeito é se despedir...